O mistério do carro híbrido que consegue rodar mais de 1000 km com um tanque só
Por CompartilharnaRede
Você já deve ter visto anúncios de carros que prometem rodar mais de 1.000 km — ou até 1.450 km — com apenas um tanque de combustível. Mas como os modelos híbridos atuais conseguem alcançar números tão impressionantes de autonomia? A resposta está na combinação de tecnologia, eficiência energética e baterias cada vez maiores.
O segredo está na tecnologia híbrida
O principal fator que permite esses recordes de autonomia é a tecnologia híbrida — especialmente nos modelos híbridos plenos (HEV) e híbridos plug-in (PHEV). Nesses veículos, o motor elétrico trabalha junto com o motor a combustão para aumentar a eficiência e reduzir o consumo de combustível.
Nos carros convencionais, o motor a combustão está diretamente ligado à transmissão e, consequentemente, à rotação das rodas. Isso faz com que o motor trabalhe em diferentes faixas de rotação, nem sempre na mais eficiente, o que resulta em desperdício de combustível. A eficiência térmica máxima de um motor a combustão raramente é atingida no uso real, pois o motor está sempre variando entre rotações baixas e altas.
Com a chegada dos híbridos, o motor elétrico passou a auxiliar o movido a combustão, principalmente em baixas velocidades, reduzindo o consumo. Nos híbridos mais modernos, o motor elétrico pode até assumir a maior parte do trabalho, enquanto o motor a combustão funciona como gerador, operando em uma rotação constante e altamente eficiente, o que reduz ainda mais o gasto de combustível.
Baterias maiores e motores mais eficientes
Além da eletrificação, os veículos movidos a combustão também evoluíram. Hoje, contam com materiais mais leves, sistemas de refrigeração mais eficientes, injeção de combustível aprimorada e tecnologias que otimizam a queima do combustível. Não é raro encontrar motores que fazem 13, 14 ou até 15 km/litro.
Outro ponto importante é o aumento da capacidade das baterias. Nos híbridos plug-in (PHEV), por exemplo, é possível rodar longos trechos apenas no modo elétrico, sem consumir uma gota de combustível. Depois, o motor a combustão entra em ação, garantindo ainda mais autonomia.
Márcio Severine, diretor da Mobilitas Tecnologia e Energia e membro da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), explica: “Para um carro rodar 1.000 km, ele precisa ser extremamente eficiente, combinar uma bateria de alta capacidade e um tanque de combustível generoso”. Ele exemplifica: um carro com bateria para 120 km no modo elétrico e autonomia de 880 km a combustão (com tanque de 55 litros e consumo médio de 16 km/l) chega facilmente à marca de 1.000 km.
Outros fatores que fazem a diferença
A autonomia elevada dos híbridos também é resultado de outras tecnologias, como:
- Sistema de regeneração de energia: recarrega a bateria durante frenagens e desacelerações, aumentando a eficiência;
- Gestão inteligente de consumo: o veículo alterna automaticamente entre motor elétrico e a combustão para otimizar o uso de energia;
- Carregamento externo (nos PHEV): permite rodar longos trechos sem gastar combustível, apenas com energia elétrica.
- Combinando todas essas inovações, os híbridos modernos conseguem alcançar autonomias que, até pouco tempo atrás, pareciam impossíveis. O resultado é mais economia, menos emissões e uma nova referência em eficiência para o mercado automotivo.
